Do lenço de seda à calça de ginástica. Por Mestre Gil Velho.
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq81zxu6u64cZeGm8dKo4COM1_P6zCMEAHtxCt_WcNxp76d9Iu-fjoFi-0wsMgi-_lTeUbct2SUCvpXXZHy2gRKwkmzEW3hwazaDn0snaLKbnMoEifUbwbRPZSLkRZe-ATWWf0/s320/mestregilvelho.jpg)
Ainda hoje, muito se discute sobre as origens da capoeira. Mas as perspectivas do debate estão atreladas aos diversos discursos que vestem sua imagem moderna, a esportiva. Parte-se de idéias construídas, e não de práticas sociais espontâneas. A capoeira carioca está historicamente imbricada às maltas de capoeiras da cidade e à “filosofia da malandragem carioca” dos anos 1800. A baiana, por sua vez, está ligada à cultura negra baiana e especificamente ao candomblé. No Recife, ela se manifesta nas gangues de rua Brabos e Valentões. Para analisarmos a essência da capoeira, temos que voltar no tempo e considerar o contexto da realidade sócio-cultural de espaços com registros identitários e territoriais dela. Neste olhar, destacam-se dois loci: Rio de Janeiro e Recife. Estes dois centros urbanos eram, no século XIX, os maiores pontos de comunicação com o resto do mundo, onde mais circulava gente, idéias, comércio. As zonas portuárias permitiam a troca de idéias entre nichos sócio-culturais